Recentemente, a Electronic Arts anunciou a venda de sua empresa para um grupo de investidores liderado pelo Fundo Soberano da Arábia Saudita, conhecido como PIF. Essa transação, que foi divulgada no final de setembro, já está gerando polêmica, especialmente nos Estados Unidos. Um grupo de senadores americanos, incluindo Elizabeth Warren, está levantando bandeiras vermelhas sobre os riscos que a operação pode representar para a segurança nacional do país.
Os senadores argumentam que essa venda não se resume apenas a uma questão financeira. Para eles, a oferta de mais de US$ 10 bilhões acima do valor de mercado da EA levanta dúvidas, principalmente considerando que as ações da empresa estão paradas há mais de cinco anos em um setor que pode ser bastante instável. A preocupação é que essa aquisição possa trazer influências indesejadas no cenário americano.
Outro ponto que tem chamado a atenção é a participação de Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, nessa negociação. Os senadores acreditam que a Affinity Partners, empresa fundada por Kushner, está envolvida na compra como uma forma de facilitar a aprovação do negócio. Num tom crítico, eles questionam que regulador teria coragem de dizer não ao genro do presidente, levantando preocupações sobre como o poder político pode influenciar decisões comerciais.
Como a proposta envolve uma quantia significativa — cerca de US$ 55 bilhões —, a venda terá que passar pelo crivo de vários órgãos regulatórios, incluindo a Federal Communications Commission (FCC). Além disso, as preocupações vão além de questões financeiras. Os senadores ressaltam que, se a venda for concretizada, o governo saudita poderá ter acesso a dados sensíveis de cidadãos americanos. Isso levanta questões sobre privacidade e segurança.
A carta enviada aos órgãos responsáveis não deixa dúvidas: o controle do PIF sobre a Electronic Arts pode permitir que o governo saudita molde a forma como os jogos abordam a cultura e a história dos Estados Unidos. Em um mundo onde os games têm um papel cada vez mais relevante na narrativa cultural, essa possibilidade gera inquietação. Os senadores acreditam que os sauditas têm plena consciência do poder que os jogos exercem e, com isso, buscam influência sobre as histórias que são contadas.