Recentemente, Phil Spencer, o chefão da divisão de games da Microsoft, participou do Paley International Council Summit e trouxe algumas reflexões interessantes sobre o momento atual do Xbox. Ele comentou sobre o que considera seu principal objetivo: proteger as equipes criativas que fazem parte dos estúdios da Microsoft. Spencer acredita que garantir a liberdade criativa e a disposição para arriscar são fundamentais para a saúde de jogos, filmes, séries e outras mídias.
Apesar desse foco em proteger a criatividade, Spencer foi honesto ao reconhecer que a Microsoft nem sempre conseguiu proporcionar esse ambiente ideal para as empresas que supervisiona. Ele também mencionou que a comunidade gamer, às vezes, pode ser crítica e até maldosa, o que acaba afetando a moral dos funcionários e a forma como os projetos são recebidos pelo público. Isso sem dúvida é um desafio para a indústria, onde a pressão externa pode ser intensa.
Um dos que estava no painel foi Tim Schafer, fundador da Double Fine, que compartilhou uma visão positiva sobre a aquisição do seu estúdio pela Xbox. Para ele, mesmo com a nova estrutura corporativa, a Double Fine conseguiu manter sua liberdade criativa e continuar trabalhando em projetos que realmente acreditam. Um exemplo recente é o jogo “Keeper”, que foi lançado esta semana e permite que os jogadores controlem um farol consciente. Embora o jogo tenha recebido boas críticas, ele teve um alcance de marketing limitado, resultando em apenas 191 jogadores simultâneos no Steam.
Schafer também destacou que a Double Fine está em um momento mais tranquilo, sem aquela constante preocupação com o futuro. Ele quer promover um ambiente em que novas lideranças possam surgir, trazendo ideias frescas e experimentações que podem levar a inovações no setor.
Essas declarações de Spencer e Schafer surgem em um contexto em que a Bloomberg reportou que a Microsoft tem pressionado a divisão Xbox a aumentar suas receitas. A política da empresa exige uma margem de lucro mínima de 30%, o que pode levar os estúdios a adotar uma abordagem mais cautelosa, preferindo projetos com retorno mais garantido. Essa pressão pode impactar a criatividade e a inovação, algo que tanto Spencer quanto Schafer parecem valorizar. É uma situação delicada, mas que, com um pouco de sorte e visão, pode resultar em jogos ainda mais interessantes e variados para os fãs.

