Celebrando o 20º aniversário do Xbox 360, decidi revisitar um dos títulos de lançamento da plataforma: Perfect Dark Zero. A ideia era ver como o jogo se mantém após tantos anos e se as críticas mistas que recebeu ao longo do tempo são justas. Minha relação com a série Perfect Dark é um pouco confusa. Minha primeira lembrança do jogo original no N64 é de assistir aos amigos jogando e comentando que era “como GoldenEye, mas melhor”. Anos depois, joguei a versão do Xbox Live Arcade e até gostei, mas confesso que perdi parte do impacto que teve na época do lançamento.
Já Perfect Dark Zero ficou guardado na prateleira por cerca de 15 anos. Sempre ouvi que era uma decepção em comparação ao original e, apesar de ter me divertido no modo multiplayer, ignorei completamente a campanha. Então, chegou a hora de dar uma chance ao jogo, aproveitando a retrocompatibilidade no Xbox Series X para ter a melhor experiência possível e descobrir se vale a pena jogar em 2025.
Uma Viagem no Tempo
Assim que comecei Perfect Dark Zero, percebi que o jogo é uma verdadeira cápsula do tempo dos primeiros dias do Xbox 360. A introdução lembra muito um filme do James Bond, tentando atrair a geração MTV, com um menu que traz todo o estilo chamativo dos anos 2000, incluindo um logo da Samsung no canto. É fácil ver como isso se misturava ao painel “Blades” clássico do Xbox 360 na época.
Quando a campanha começou, senti que o jogo estava um pouco ultrapassado. A movimentação é bem lenta, até mesmo a mira parece demorar para se ajustar na tela. O gameplay combina controles de FPS mais antigos, como os de Perfect Dark 1 e GoldenEye, com algumas ideias mais modernas que já víamos em jogos como Halo. O sistema de cobertura é bem primitivo e será aperfeiçoado por títulos como Uncharted em poucos anos. E a inteligência artificial, especialmente a dos aliados, pode ser bem estranha em alguns momentos. Em suma, Perfect Dark Zero realmente parece um jogo de 20 anos atrás.
Um Retorno Nostálgico
A jogabilidade me lembrou de 007: Agent Under Fire, um dos primeiros jogos de James Bond para PS2 e Xbox original. Embora tenha tentado fazer coisas inovadoras, não conseguiu alcançar seu potencial total. Apesar disso, estou me divertindo jogando Perfect Dark Zero no meu Xbox Series X. A campanha é confusa, e a história não fica muito clara, mas a jogabilidade FPS é razoável e fica mais agradável assim que você se acostuma com o ritmo e os controles.
É comum que os jogos de lançamento de consoles tenham um ar de “demonstração técnica” em vez de serem lançamentos totalmente desenvolvidos, e Perfect Dark Zero parece um exemplo disso, embora tente algumas coisas ambiciosas. Você tem uma variedade de gadgets, um bom arsenal de armas, mapas bem projetados e até uma seção com veículos em um determinado momento. Esses níveis ainda são divertidos de jogar em 2025 e trazem uma forte sensação de nostalgia dos primeiros dias do Xbox 360.
Um Toque de Modernidade
Uma das coisas que eu realmente aprecio é como o jogo oferece um equilíbrio justo entre orientação e liberdade. Ele não tenta te guiar demais, mas se você se perder, logo aparece com setas e dicas sutis indicando o caminho a seguir. Muitos jogos de hoje poderiam aprender com isso!
E falando na experiência moderna, Perfect Dark Zero pode ser visualmente impressionante no Xbox Series X. Alguns ambientes são realmente bonitos e, ao pensar em como os jogos eram 20 anos atrás, como Super Mario Bros. e Excitebike, é incrível ver o quanto a tecnologia avançou em tão pouco tempo. O Series X dá uma nova vida ao jogo, permitindo que Perfect Dark Zero brilhe em 2025.
Infelizmente, a excelente e surpreendentemente rica suíte multiplayer de Perfect Dark Zero parece estar morta atualmente. Apesar de ter uma infinidade de mapas, opções de personalização e modos de jogo como Team Deathmatch e Capture the Flag, parece que ninguém mais está jogando. A chegada de Halo 3 em 2007 parece ter eliminado a comunidade de Perfect Dark Zero, o que não é surpresa, considerando a qualidade do multiplayer desse jogo.
A Nostalgia Continua
Revisitar Perfect Dark Zero tem sido uma viagem divertida pela nostalgia para comemorar os 20 anos do Xbox 360, e ainda não terminei a campanha, então pretendo voltar em breve para completá-la. A versão em disco funciona perfeitamente no Series X, mas vale lembrar que está disponível no Game Pass e faz parte da coleção Rare Replay. No fim das contas, é uma caminhada fascinante e um tanto estranha pela memória, de uma época anterior a Halo 3, quando o Xbox 360 estava apenas começando a mostrar todo seu potencial.
É uma pena que Perfect Dark Zero continue sendo a entrada mais recente da série por tanto tempo, já que há um grande potencial por trás desse título. As pistas que vimos do reboot de Perfect Dark sugeriam algo especial, e jogando PDZ, sinto falta de uma sequência. Mas, quem sabe, esse desejo de um novo capítulo ainda não esteja perdido.

