Nos últimos meses, a divisão Xbox tem enfrentado uma série de desafios. Aumento de preços, demissões e até cancelamentos de projetos têm sido notícia. Segundo informações, essa situação está diretamente ligada a uma pressão crescente da Microsoft, que estabeleceu uma meta de margem de lucro mínima de 30% para a divisão. Essa exigência é considerada alta, especialmente quando comparada às margens que o mercado de games costuma operar, que variam entre 17% e 22%.
Historicamente, a margem da Xbox tem estado entre 10% e 20%. Um documento relacionado à compra da Activision Blizzard revelou que, no último ano fiscal, essa margem foi de apenas 12%. O analista Neil Barbour comentou que atingir essa margem de 30% é algo que só empresas que estão indo muito bem conseguem fazer, acertando em todos os seus lançamentos.
A pressão por resultados financeiros se intensificou especialmente em 2023. Sob a liderança de Amy Hood, a Microsoft começou a exigir que os estúdios se tornassem mais rentáveis e focassem em projetos com retorno garantido. Essa mudança de postura contrasta com a filosofia anterior da Xbox, que permitia mais liberdade criativa para suas desenvolvedoras, priorizando a criação de experiências incríveis para os jogadores.
Com essa nova abordagem, a expectativa é que a Microsoft passe a investir mais em jogos com orçamentos menores, utilizando inteligência artificial generativa para otimizar custos. Isso pode levar a uma diminuição na diversidade dos títulos disponíveis, uma vez que os estúdios poderão ser incentivados a arriscar menos em inovações.
Essa exigência por maior lucratividade também se estende ao hardware. A CEO da divisão, Sarah Bond, anunciou que o próximo console será “Premium” e seguirá uma linha semelhante ao Xbox ROG Ally, que possui um hardware comparável ao de um PC e não será subsidiado. Essa estratégia indica que a Xbox está se preparando para um novo momento, buscando equilibrar inovação e rentabilidade em um mercado cada vez mais competitivo.