Recentemente, a Limited Run Games, uma editora conhecida por lançar edições físicas e colecionáveis de jogos, fez um anúncio que pegou muitos de surpresa: praticamente parou de lançar títulos para Xbox. A razão? O presidente da empresa, Josh Fairhurst, revelou que as vendas na plataforma da Microsoft estão muito abaixo do esperado. Ele explicou que o sucesso do Xbox hoje depende quase que totalmente do Xbox Game Pass, um serviço de assinatura que, segundo ele, inviabiliza o modelo de negócios baseado em vendas físicas.
Fairhurst comentou que, após receber críticas de jogadores no X (o antigo Twitter), ficou claro que a situação não é das melhores. Dos 31 novos títulos que a Limited Run Games anunciou, apenas quatro chegarão ao Xbox. Ele explicou que a falta de acordos com o Game Pass impacta diretamente as vendas, tornando o investimento em novos lançamentos um risco alto. Para ele, a realidade é que a maioria dos jogos lançados no Xbox vende muito pouco, com alguns não chegando nem a mil cópias digitais.
### Uma Dependência Crescente do Game Pass
O que Fairhurst disse deixa evidente uma tendência que vem se intensificando: o ecossistema Xbox está cada vez mais centrado no modelo de assinatura. O Game Pass se tornou um dos pilares da Microsoft, atraindo muitos usuários e aumentando o engajamento. No entanto, essa situação cria um efeito colateral para editoras que não fazem parte do serviço. Para empresas como a Limited Run Games, que baseiam seu modelo em vendas de edições limitadas, essa competição com o Game Pass pode ser desleal.
Quando uma parcela significativa do público adere ao Game Pass, a compra de jogos individuais, principalmente em formato físico, tende a cair. E isso impacta diretamente as editoras independentes, que enfrentam dificuldades em se destacar no mercado e em gerar retorno financeiro com seus lançamentos.
### O Impacto na Preservação dos Jogos Físicos
Para a Limited Run Games, cujo objetivo é preservar o legado dos jogos através de versões físicas, o cenário atual é preocupante. Com a demanda por mídias físicas em queda e a predominância das plataformas digitais, os lançamentos de edições colecionáveis para Xbox estão se tornando cada vez mais raros. Enquanto isso, o PlayStation e o Nintendo Switch ainda parecem manter um mercado de mídia física mais saudável.
Esse contexto levanta uma questão importante sobre a preservação da história dos videogames. Com o avanço de serviços por assinatura e a diminuição das cópias físicas, corre-se o risco de que muitos jogos contemporâneos acabem perdidos com o tempo, dependendo da continuidade dos catálogos digitais e das políticas das empresas.
A situação da Limited Run Games é um reflexo das tensões que o modelo da Microsoft cria. O Game Pass oferece uma enorme conveniência e acesso a uma biblioteca diversificada de jogos, mas também centraliza o mercado e limita a autonomia de editoras menores. O grande desafio agora é encontrar um meio de equilibrar o crescimento desse serviço de assinatura com a sustentabilidade do mercado de vendas diretas e físicas.
Se nada mudar, o Xbox pode acabar se tornando um ambiente totalmente digital, afastando aqueles que ainda valorizam a posse física e o colecionismo. Por enquanto, a mensagem da Limited Run Games é clara: fora do Game Pass, o Xbox não é financeiramente viável. E isso deixa um ponto de interrogação sobre o futuro do console no cenário dos jogos tradicionais.

