Lançado em 2001, Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty marcou uma nova era nos games e solidificou Hideo Kojima como um dos grandes criadores da indústria. O jogo não só quebrou expectativas, mas também trouxe uma trama cheia de reviravoltas impressionantes. Uma das surpresas do enredo é a jornada do protagonista Raiden, que descobre que nem sempre quem está no comando da missão é quem parece ser.
Mais de 20 anos depois, Kojima participou de uma entrevista com a Wired e revelou que sua intenção inicial não era fazer um alerta sobre a inteligência artificial ou os perigos dos deepfakes. Para ele, Metal Gear Solid 2 é, na verdade, uma reflexão sobre a sociedade digital. Ele explica que o primeiro jogo da série falava sobre DNA, enquanto a sequência aborda a transição do analógico para o digital, utilizando o conceito de ‘memes’ do geneticista Richard Dawkins, que se refere a comportamentos que se espalham entre as pessoas.
Kojima ressalta que, no mundo digital, tudo permanece. “A internet conecta tudo, e as opiniões circulam rapidamente”, afirma. Para ele, Metal Gear Solid 2 é uma análise de como nossas vidas se moldam nesse novo cenário. Ele enfatiza que a história não se centra em inteligência artificial, mas sim em como os dados digitais se interconectam e ganham vida própria.
Embora Kojima tenha dito que não previu o futuro, muitos dos temas abordados em Metal Gear Solid 2 continuam extremamente relevantes hoje em dia. Questões como a manipulação de informações e o uso de deepfakes para criar realidades distorcidas estão mais presentes do que nunca.
Atualmente, Kojima está distante da franquia que ajudou a criar, após uma separação conturbada e pública da Konami. No entanto, ele continua explorando as relações humanas e a dinâmica social em suas obras, como em Death Stranding, cuja sequência pode chegar em breve ao PC.
Assim, a obra de Kojima permanece um convite à reflexão sobre as nuances da tecnologia em nossas vidas, capturando a essência do que significa viver em uma era digital.