No final da semana passada, a Rockstar Games, famosa pela série GTA, anunciou a demissão de dezenas de funcionários. A empresa alega que essa decisão foi tomada para lidar com a “má conduta” dos colaboradores, que estariam vazando informações internas. No entanto, muitos acreditam que essa ação é uma tentativa de barrar a formação de um sindicato na desenvolvedora.
Em um comunicado enviado à Bloomberg, um representante da Rockstar revelou que entre 30 e 40 pessoas foram desligadas por discutirem segredos comerciais em fóruns públicos, acessíveis até mesmo por pessoas de fora da empresa. A Rockstar garantiu que a situação não tem relação com o direito dos colaboradores de se organizarem em um sindicato, mas não entrou em detalhes sobre que tipo de informações foram vazadas ou se pretende tomar medidas legais em relação a isso.
Os desenvolvedores de GTA estavam se comunicando em um grupo no Discord, onde falavam sobre a possibilidade de sindicalização. Isso levanta a dúvida sobre o que exatamente poderia ter sido compartilhado. Poderiam ser informações sobre o próximo jogo da série, mas também é possível que envolvessem dados sobre salários e condições de trabalho, aspectos que seriam cruciais para a elaboração de um plano de organização.
Alex Marshall, presidente do sindicato Independent Worker’s Union of Great Britain, comentou que a Rockstar parece estar preocupada com trabalhadores buscando um ambiente de trabalho mais justo e uma voz coletiva. Ele destacou que a gerência parece mais interessada em acabar com a possibilidade de sindicalização do que em garantir que o desenvolvimento de GTA VI não atrase ainda mais.
Desde um grande ataque hacker em 2022, a Rockstar tem intensificado suas medidas de segurança, o que levou até mesmo ao abandono de algumas políticas de trabalho remoto. Essa situação reflete um momento delicado na indústria de jogos, onde as questões de direitos trabalhistas e organização coletiva estão cada vez mais em pauta.