CEO da Krafton consulta ChatGPT sobre pagamento de devs de Subnautica 2

Créditos: Divulgação/Krafton

Em julho deste ano, a Krafton, famosa por jogos como PUBG, fez um movimento polêmico ao demitir os fundadores da Unknown Worlds, estúdio responsável pelo aclamado Subnautica. Além disso, o lançamento da sequência, Subnautica 2, foi adiado para 2026. Aparentemente, essa decisão foi tomada para evitar o pagamento de bônus que somam cerca de US$ 250 milhões aos ex-líderes do estúdio, que agora estão em um embate judicial com a empresa. O que torna essa história ainda mais intrigante é que o CEO da Krafton, Changham Kim, teria consultado o ChatGPT para buscar formas de não cumprir essas obrigações financeiras.

Durante o processo legal, Kim admitiu que usou o chatbot para entender melhor quais eram as opções da empresa. Ele explicou que, ao perceber que Max McGuire e Charlie Cleveland, fundadores da Unknown Worlds, não estavam mais envolvidos diretamente no desenvolvimento do jogo, começou a discutir com diferentes equipes dentro da Krafton sobre como proceder. Em suas palavras, ele buscava respostas rápidas sobre os direitos da empresa em relação aos bônus.

A situação se complicou quando os advogados de McGuire e Cleveland trouxeram à tona algumas mensagens que Kim trocou com sua equipe. Uma delas, datada de 2 de junho, mostrava que o ChatGPT indicava ser difícil cancelar os bônus. Essa informação foi vista como uma evidência de que as alegações da Krafton podem estar baseadas em fundamentos questionáveis, já que o ChatGPT é conhecido por oferecer respostas que nem sempre são precisas.

Kim, que se declara um usuário frequente do ChatGPT, também apagou várias mensagens e consultas feitas ao chatbot. Ele justificou sua ação dizendo que estava preocupado com a possibilidade de informações confidenciais da Krafton serem usadas para treinar a inteligência artificial. Afinal, é compreensível que as empresas que lidam com dados sensíveis queiram proteger suas informações.

Enquanto isso, a Krafton parece estar mudando seu foco. Recentemente, a empresa anunciou que pretende priorizar a inteligência artificial, o que levanta questões sobre o futuro do trabalho humano em suas operações. Além disso, a companhia começou a pausar contratações e a implementar um plano de demissões voluntárias em várias de suas divisões, buscando substituir algumas funções por tecnologia.

Esses desdobramentos mostram um cenário interessante para o setor de jogos, onde a inovação tecnológica e as relações de trabalho estão em constante evolução. É uma época de desafios e oportunidades que certamente vai gerar mais discussões no futuro.