Arkane Austin: desafios e futuro após o fracasso de Redfall

O mundo dos jogos é cheio de emoções e surpresas, e nem sempre as notícias são boas. Recentemente, o encerramento do estúdio Arkane Austin, famoso por jogos como Prey e Dishonored, pegou muitos de surpresa. A decisão, que ocorreu em maio de 2024, faz parte de uma reestruturação maior das Xbox Game Studios, um movimento que deixou os fãs e os próprios colaboradores perplexos.

Harvey Smith, uma figura respeitada na indústria e ex-líder do estúdio, compartilhou suas impressões em um podcast chamado My Perfect Console. Ele descreveu a notícia como um verdadeiro choque. Na noite anterior ao anúncio, recebeu uma ligação que deixou claro que algo grande estava a caminho. O que mais o preocupava, no entanto, não era o seu próprio futuro, mas o destino de seus colegas mais jovens, que estavam apenas começando suas carreiras e tinham contribuído para um ou dois projetos antes de Redfall.

Smith, que já trabalhou em clássicos como Deus Ex e Dishonored, ressaltou que a Arkane Austin sempre se esforçou para entregar “trabalho realmente bom”. Apesar de Redfall não ter alcançado o sucesso esperado, ele acredita que o setor de jogos é marcado por incertezas e que a criatividade nem sempre se encaixa em moldes de sucesso garantido.

Ele também reflete sobre a responsabilidade que sente pelos problemas enfrentados pelo jogo, mas se considera “privilegiado” por ter uma carreira longa e cheia de experiências, que lhe permite ver tanto os altos quanto os baixos. Para os novos talentos, no entanto, o fechamento de um estúdio pode ser devastador, como se o chão estivesse sendo retirado debaixo deles. Essa situação, segundo Smith, é um reflexo das mudanças mais amplas que estão acontecendo na indústria de jogos.

O fechamento da Arkane Austin não foi um caso isolado. Outros estúdios, como a Tango Gameworks, também passaram por dificuldades, chegando até a ser fechados antes de serem reestruturados sob novas direções. Smith destaca que atualmente é muito mais difícil encontrar um novo emprego no setor do que em épocas anteriores, o que torna o impacto humano dessas decisões corporativas ainda mais pesado.

O fim do Arkane Austin, que foi descrito por Raphael Colantonio, um dos fundadores, como um passo “chocante” e até “estúpido”, vai além de encerrar um estúdio. Isso simboliza a constante batalha entre a visão artística e as exigências comerciais em um mercado que, muitas vezes, toma decisões frias em meio a histórias humanas intensas.