Reggie Fils-Aimé, ex-presidente da Nintendo of America, trouxe à tona uma reflexão interessante sobre o mercado de videogames. Segundo ele, a famosa “guerra dos consoles” que por muito tempo marcou a rivalidade entre PlayStation, Xbox e Nintendo está perdendo força. Em uma conversa descontraída, Reggie afirmou que o cenário atual é bem diferente, com mais colaboração e integração entre as empresas.
Ele mencionou que a Microsoft, por exemplo, está mudando sua abordagem. Em vez de se posicionar como uma concorrente direta da Sony e da Nintendo, a Microsoft tem agido mais como uma grande publicadora que trabalha em diversos sistemas. Com essa mudança de estratégia, os jogos do Xbox estão alcançando um público maior, já que muitos títulos agora também estão disponíveis no PlayStation 5. Isso é um reflexo de como a indústria está evoluindo, onde a colaboração se torna mais importante do que a competição feroz.
Um dos exemplos mais marcantes dessa nova fase é o anúncio de que “Halo: Combat Evolved”, um dos ícones do Xbox, será lançado para o PS5 em 2026. Isso, que há alguns anos parecia impossível, simboliza bem a transformação nas relações entre essas gigantes da tecnologia.
Reggie também sugeriu que a Microsoft poderia se dar bem ao levar mais jogos para o Nintendo Switch. Atualmente, o Switch já conta com o sucesso de Minecraft, mas ainda precisa de mais títulos de terceiros. Com a chegada do Switch 2, há uma oportunidade real para que essa parceria se aprofunde, beneficiando ambas as partes.
Embora Reggie declare que a guerra entre consoles chegou ao fim, ele enfatiza que a competição não desapareceu completamente; ela apenas tomou um novo formato. Agora, o verdadeiro desafio é conquistar o tempo e a atenção dos jogadores, que têm orçamentos e horários limitados. Ele afirmou que “os jogadores têm recursos finitos” e que a disputa continua, mas entre plataformas, serviços e conteúdos que realmente conseguem cativar o público.
Essa visão está alinhada com a recente estratégia da Microsoft, que agora considera Netflix, YouTube e TikTok como seus principais concorrentes no mundo do entretenimento digital. Para Reggie, tudo isso indica que o mercado de jogos evoluiu para um ecossistema interconectado, onde manter o engajamento é mais relevante do que simplesmente vender consoles. Assim, o foco do futuro dos videogames pode estar menos em quem vende mais hardware e mais em quem consegue realmente prender a atenção dos jogadores em um cenário tão competitivo.

