Quando a notícia de que a PlatinumGames estava assumindo o desenvolvimento do quarto jogo da série Ninja Gaiden veio à tona, fiquei com duas perguntas na cabeça. Como um estúdio conhecido por Bayonetta lidaria com essa responsabilidade? E seria possível outro personagem liderar essa nova fase, em vez do icônico Ryu Hayabusa? Bom, agora podemos dizer que Ninja Gaiden 4 já está disponível para Xbox, e a resposta para essas perguntas é bem interessante.
O novo protagonista, Yakumo, tem seu próprio caminho a seguir. A Platinum, com a supervisão da Team Ninja, conseguiu manter a essência da série sem se afastar da fórmula clássica de combate hack-and-slash, repleta de sangue e violência. A aventura se passa em um Tóquio futurista, que enfrenta um caos ainda maior. Cabe ao jovem ninja, membro do clã Raven — rival do clã Hayabusa — resolver essa confusão. Sua missão inicial é assassinar a sacerdotisa do Dragão Sombrio, mas, como já era de se esperar, ele acaba convencido a mantê-la viva para quebrar o selo do Dragão Sombrio e, assim, levantar uma antiga maldição.
O problema é que agora ele se tornou um alvo, e terá que enfrentar Ryu, além de um exército de criaturas e outros inimigos. A boa notícia? Assim como o famoso ‘Super Ninja’, Yakumo tem todas as ferramentas e o treinamento necessários para superar os desafios que aparecem pela frente. E, como nos jogos anteriores, você vai aos poucos aumentando seu arsenal de armas, começando com duas lâminas e desbloqueando novas surpresas ao longo do caminho.
O combate é bem ágil, e a sensação de movimentação enquanto você despacha hordas de inimigos é super envolvente. Eu, que me considero um gamer habilidoso (pelo menos na minha cabeça), logo estava fazendo combos impressionantes, parando ataques e mirando nos adversários. E aqui, a precisão é tudo: aprender a explorar as animações dos inimigos é essencial, e certos movimentos oferecem até frames de invencibilidade se forem executados no tempo certo.
A Team Ninja descreve o jogo como uma mistura da sua própria “filosofia de combate temperada” com a “jogabilidade estilosa e dinâmica” que os fãs da Platinum já conhecem e adoram. E, ao ver tudo isso em ação, especialmente durante as lutas contra chefes, a adrenalina é garantida. Yakumo também conta com a nova Forma Bloodraven, que permite realizar ataques poderosos e executá-los de maneira espetacular, dependendo dos botões pressionados e das armas equipadas. Se você não conseguir quebrar a defesa de um inimigo, esses movimentos devastadores devem resolver a situação. E, para finalizar com chave de ouro, tem o Estado Berserk, que age como um finalizador mortal.
Entre as lutas, o gameplay de Ninja Gaiden 4 se mantém fiel às raízes da série, que começou com o reboot de 2004, idealizado por Tomonobu Itagaki. O jogo apresenta um progresso linear, do ponto A ao ponto B, com checkpoints, muitos baús para abrir e itens adicionais para coletar. Também há bastante ação de plataforma, como deslizar em trilhos, e desbloqueios como o “Dragonfly Glider” e “Pond Strider”, que permitem voar e até surfar em partes dos níveis. Movimentos e técnicas de plataforma de jogos anteriores foram adaptados para a nova dinâmica, o que proporciona um alívio entre as lutas.
Claro, não é sempre um passeio tranquilo. Os veteranos de Ninja Gaiden sabem que a dificuldade é uma marca registrada da série, e no quarto jogo, você terá quatro opções de dificuldade após completar o modo história. Nos níveis mais altos, os combates são intensos, e errar o timing pode custar caro. Novatos podem começar a jornada de Yakumo no ‘Hero Mode’, que oferece auto-defesa e outras ajudas, mas eu recomendaria tentar um nível de dificuldade maior para uma experiência mais autêntica; essa curva de aprendizado sempre foi parte do charme da série.
Agora, se você não quer spoilers, é melhor pular para o próximo parágrafo… Você foi avisado! Então, como já era de se imaginar pelas artes promocionais e trailers, Ryu é, de fato, um personagem jogável. Essa informação já foi confirmada nas materiais de marketing, então espero que você não esteja muito chocado com isso. Você vai passar várias horas controlando Yakumo antes de reencontrar Ryu, mas a satisfação de voltar a jogar com esse personagem lendário é incrível. Ele controla de forma similar ao ninja do clã Raven, mas com uma sensação de poder ainda maior, como deveria ser.
Assim que se torna jogável, Ryu tem seu próprio ‘Gleam State’, que permite quebrar a defesa dos inimigos e liberar movimentos potentes. Ao jogar com ele, você revisita algumas áreas já exploradas com Yakumo, mas a história é tão bem interligada que isso só aumenta a intensidade da narrativa. Quanto à parte técnica, o jogo é desenvolvido no motor proprietário da PlatinumGames. Não é tão bonito quanto Ninja Gaiden 2 Black rodando na Unreal Engine 5, mas cumpre bem o seu papel. Você pode escolher entre um Modo Gráfico, que prioriza os visuais a 30 FPS, ou um Modo de Performance, que é constante a 60 FPS. Se você tiver um display compatível, ainda pode optar por um Modo de Performance superior a 120 FPS, que realmente vale a pena.
Além dos gráficos, a trilha sonora é bem legal e se adapta à intensidade de cada momento, tudo se encaixa de forma harmoniosa!